Essa história de instituir no calendário feriado para homenagear tudo é algo bastante curioso, para não chamar de atraso.
Aproveito o 30 de novembro (Dia do Evangélico), que é feriado no Distrito Federal graças a uma lei aprovada pelos deputados locais pertencentes à bancada evangélica, para fazer algumas observações.
E quem é cardecista, umbandista ou deísta - aquele que acredita em Deus mas não leva fé em nenhuma religião? Cadê o feriado desta turma?
Ficam de fora os católicos que já são bastantes homenageados. É dia de Nossa Senhora da Aparecida (12 de outubro), Corpus Christi (11 de junho), além das padroeiras dos municípios e dos estados - todos devidamente homenageados com uma data garantida no calendário.
Além de o Estado não ter o direito, na minha opinião, de influir nas questões religiosas não deveria causar transtornos na vida das pessoas. É que nesta terça-feira em Brasília metade da cidade parou. A outra funcionou. Digamos, foi um meio-feriado. A leste da rodoviária, a Esplanada trabalhou por estar ligada à União (o feriado é apenas local). A Oeste do terminal rodoviário - onde se concentra Palácio do Buriti, Câmara Legislativa e outros - o dia foi de folga.
Muitas lojas fechadas e outras poucas abriram. Preocupo-me com o que poderá vir no futuro, dado o crescimento de religiões e seitas no país. Recentemente, descobri que em Corguinho - MS, há um grupo de pessoas que ganha novos adeptos a cada dia e que acredita em extraterrestres. O mais ilustre dos seres que costuma aparecer para este povo chama-se Bilu. Já foi exibido em horário nobre em renomadas emissoras de TV. Já imaginaram o país decretando feriado por causa do Bilu?
Rogo a Deus que tenha piedade de quem já não aguenta mais dia de dedicação para tudo e para todos e que lance um raio na cabeça do primeiro homem público que pensar em instituir o próximo feriado religioso.
Por William Passos
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